Autor do crime é o namorado da vítima, que foi preso e encaminhado para o sistema penitenciário
Por BHAZA
Uma jornalista de 37 anos foi torturada por três dias pelo então namorado enquanto era mantida em cárcere privado, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. O homem foi preso nessa terça-feira (3) e é acusado de tentativa de feminicídio, estupro, cárcere privado e tortura. Ele usou um cassetete e um soco inglês nas sessões de violência.
Segundo a Polícia Civil do Rio, as agressões começaram no dia 26 de abril, quando a vítima foi até a casa do namorado. Ela foi acusada de infidelidade e agredida pelo corpo inteiro, com auxílio de instrumentos de tortura.
Foi somente no terceiro dia de cárcere, e severamente machucada, que surgiu uma brecha para fugir. O suspeito deixou a porta aberta por volta das 10h, permitindo que ela saísse do prédio com ajuda do porteiro. Imagens de câmeras de segurança (assista abaixo) mostram o momento em que ela deixa o edifício.
As torturas
O suspeito aplicou os primeiros golpes com um cassetete, nas pernas, costas e cabeça da vítima. Ela ficou inconsciente e, ao acordar, tentou se alimentar sem sucesso. Isso porque notou que seu maxilar estava fraturado, o que tornava inviável falar ou mastigar.
Após passar o primeiro dia desacordada, a vítima tentou gritar para pedir ajuda no segundo dia de cárcere. Como resposta, recebeu um golpe no estilo “mata leão” até ficar sem respiração e desmaiar. O ciclo se repetiu por três dias, período em que ela foi mantida sob domínio do suspeito no apartamento dele.
À polícia, a mulher narrou que tentou correr até a porta para fugir no terceiro dia, mas o homem a puxava pelos cabelos e a arremessava no chão. Não contente, aplicava mais golpes na cabeça até que a mulher desmaiasse.
Suspeito é ‘altamente perigoso’
Os ferimentos causaram traumatismo craniano, fratura da mandíbula e vários hematomas pelo corpo da mulher. Três dias depois do início das torturas, o suspeito esqueceu a porta aberta por volta das 10h e ela conseguiu fugir com ajuda do porteiro do prédio.
Em depoimento, a vítima contou que o casal se relacionava há oito meses e ele já demonstrava um perfil violento. Em dezembro de 2021, o homem a agrediu, mas ela não registrou um boletim de ocorrência pois, como forma de manipulação, o suspeito afirmava que havia sofrido durante a infância.
Conforme investigação da polícia, ele é um homem “altamente perigoso”, uma vez que tem várias passagens por violência doméstica, tráfico de drogas, associação ao tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e ameaça. O homem cumpriu mandado de prisão expedido pela Justiça.