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Acampamento do MST é incendiado um dia após serem expulsos, em RO

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Moradores souberam da informação através de fotos e vídeos em rede social.
Reunião com membros responsáveis aconteceu nesta quarta (6), na capital.

Acampamento MST é incendiado em Cacaulândia, RO (Foto: Whatsapp/Reprodução)

Um grupo de pessoas não identificadas incendiou, na terça-feira (5), o acampamento Hugo Chaves, do Movimento Sem Terra (MST), localizado no Km 4 às margens da RO-140, em Cacaulândia, no Vale do Jamari de Rondônia. Os moradores do local foram expulsos com disparos de arma de fogo na última segunda-feira (4). Cerca de 300 pessoas entre homens, mulheres, idosos e crianças, que deixaram o local às pressas foram alojados no Ginásio de Esportes Alberi Ferraço, em  Ariquemes (RO).

Ao site G1, o coordenador do acampamento, Claudio Pereira, relatou que os moradores souberam do incêndio por meio de fotos e vídeos nas redes sociais. Para eles os principais suspeitos de atearem fogo no acampamento são os mesmo que aterrorizaram os acampados, com a intenção de amedrontá-los e expulsá-los do local. “Foi muito chocante ver a reação das famílias quando souberam que as casas deles foram queimadas. Toda a vida que eles tiveram ali, e foi totalmente destruída com o fogo”, lamentou.

Conforme o coordenador, estes tipos de afronta com atos de violência não acontece somente no estado, mas sim em toda a região norte do país. Porém, ele afirmou que os acampados irão continuar pleiteando junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), para que consigam uma terra de forma regular. “Estes tipos de atos demonstram a ofensa do grande latifúndio quanto à luta pela terra. Iremos continuar na busca por uma terra, pois possui uma demanda de sem terra, cadastrados para receber um lote e poder sobreviver”, enfatiza.

Acampamento MST é incendiado em Cacaulândia, RO (Foto: Jeferson Carlos/G1) 

Precaução com doenças contagiosas
Claudio Pereira contou que alguns moradores do município contribuem quanto à organização das famílias alojadas. Mas todos estão esperançosos em relação ao processo de conseguirem um assentamento, tendo em vista que o ginásio não comporta a quantidade de pessoas no local, e existem riscos de alguma doença contagiosa.

“A nossa preocupação é que, em caso de ficarmos aqui nesse espaço por muito tempo, pode ser colocada em risco a saúde das crianças por causa de vírus”, comenta.

Negociações de terra
Pereira destacou que todos aguardam por um desfecho positivo para este impasse, já que o processo de negociação está bem encaminhado. Ele conta que a gestão em parceria do Incra é extremamente necessária em conseguir uma solução definitiva para todos. “O Incra é órgão responsável nessa questão, ele até pode acionar outros órgãos. Mas eles são responsáveis na questão da luta pela terra e na reforma agrária” explicou.

Em apoio aos acampados, a Ouvidoria Agrária do Incra informou que será realizada uma reunião para discutir a situação dos sem terra com a presença de membros dos órgãos responsáveis nesta questão, marcada para esta quarta-feira (6), a partir da 14h, em Porto Velho.

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