ATLETAS DE RO SOFREM ACIDENTE GRAVE E JOGADOR MORRE NA BR-319, DEVIDO A UM CAPOTAMENTO
O jogador Davi Oliveira, conhecido como Lavadeira, morreu em um acidente na BR-319, na manhã da última segunda-feira, 17.
O atleta voltava para Rondônia com mais cinco jogadores do Porto Velho Rugby após um jogo em Boa Vista, RR, contra o time Makuxi e devido a um capotamento, veio a óbito no local.
A aventura planejada pelo grupo de viajar mais de 1,6 mil km e encarar um trecho da Transamazônica teve um fim diferente do esperado, segundo Timóteo Cabral, atleta e fundador do time.
O jogador explica que Davi foi batizado como Lavadeira no grupo por falar muito e ressalta a alegria do atleta como um marco para o time.
Com 17 anos e pouco mais de um ano no esporte, o jogo em Roraima foi o segundo fora do estado que o atleta competiu.
Timóteo explica que na partida em Porto Velho, contra o Grua-AM, jogo que antecedeu a ida dos atletas para Boa Vista, Lavadeira estava na reserva, mas entrou em campo antes do fim de jogo, e sorrindo externou sua felicidade por jogar.
– Foi diferente, ele estava na reserva no início do jogo e quando entrou, ficou ao meu lado como pilar e sorriu, dizendo para mim que estava feliz e mesmo 
diante dos nossos adversários que davam dois dele, vi a confiança em cada jogada. Naquele momento ficou claro o quanto ele amava o esporte e o jeito espontâneo, animado e falante vai ficar para sempre em nós.
No carro com o Lavadeira viajavam Ricardo Monteiro, conhecido como Faísca, Elielson Camarão, Ramon Mesquita e Ramiro Régis. Timóteo não havia viajado com o grupo, mas conta que devido o trabalho estava na estrada no momento do acidente. Quatro atletas foram liberados pelos médicos e um aguarda atendimento ortopédico.
– Trabalho em Humaitá, AM, e neste dia parece que tudo contribuiu para meu atraso. Tive problema em meu cartão, o posto que abasteço meu carro também estava com problema em uma bomba, então saí mais tarde do que previa, na estrada passei por três caminhonetes tentando ver se os encontrava, até que vi o tumulto no meio da estrada e parei para prestar socorro, quando desci do carro ouvi meu nome e era um dos meus amigos no chão, foi quando percebi que infelizmente eram eles ali. Eu nunca imaginei viver isso, tive que ser racional como profissional da saúde, mas com o coração doendo brigando contra o tempo para que todos ficassem bem.
Rafael Oliveira, irmão de Davi, explica que o amor do atleta pelo rugby era tão forte que despertou a curiosidade da família, e emocionado afirma que o Lavadeira estava em um momento de realização.
– Quando ele iniciou no esporte me chamou algumas vezes, no início achei que era só um passatempo dele, mas percebi a dedicação nos treinos e como os olhos dele brilhavam quando se tratava do esporte. Fui conhecer, treinei com ele um tempo, brincávamos pois ele era mais forte que eu, apesar de ser mais novo. Infelizmente não tenho mais o meu irmão aqui, mas sei que ele estava realizado, pois há meses só falava nesta viagem, juntando dinheiro para ir, posso dizer que essa breve passagem dele por nossas vidas foi para nos ensinar o valor da espontaneidade.
Quatro atletas que participaram do jogo em Boa Vista, Roraima ainda estão na estrada voltando de Manaus, AM. Em homenagem ao atleta, o grupo Candiru, do Porto Velho Rugby, fará a oração do esporte e entoar o grito de guerra no momento do sepultamento.
Por: Lívia Costa/PVH
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