Até o sábado à noite, continuavam as indefinições, na complexidade da eleição em Rondônia. A formação das nominatas à ALE, e à Câmara, registraram mudanças inesperadas, como a da deputada Sílvia Cristina, que deixou o PDT, oposição a Bolsonaro e embarcou no PL, do Presidente, aqui comandado por Marcos Rogério.
O senador, aliás, ganhou a queda de braço contra o grupo governista, já que bateu pé e conseguiu, na nacional do PL, que a deputada federal Mariana Carvalho não fosse aceita no partido, para ser candidata ao Senado. O grupo de Rogério está fechando um acordo político com Jaqueline Cassol, para ser a senadora dele e com Léo Moraes, a quem foi oferecido a vice-governadoria. Léo não teria topado. Se o acordo com Léo não fechar, o senador já teria outro nome, forte, para sua parceria.
E Mariana? Até o anoitecer do sábado, havia duas informações. A primeira: ela teria mandado fazer uma pesquisa para avaliar, neste momento, se deve mesmo candidatar-se ao Senado. A segunda: estaria conversando com a direção regional do Republicanos (leia-se Alex Redano), para ser a senadora pelo partido.
Já em relação a outro nome importante, questiona-se: como Marcos Rogério está fechando o cerco em torno de Jaqueline, como ficaria, então, o candidato que ingressou no PL se dizendo o nome preferido do presidente Bolsonaro? Jaime Bagattoli poderia ficar fora dos planos do PL e, se isso ocorrer, ele iria para onde, neste momento tão complexo? E o ex-senador Expedito Júnior, de quem pouco se tem ouvido falar, mesmo sendo ele um dos nomes mais fortes para voltar à uma cadeira senatorial? Basicamente, Expedito está agindo nos bastidores. Cumpriu uma missão importante, na formação de uma boa nominata do PSD.
Neste momento, ele diz que prefere falar pouco e agir muito. Mas deixa claro que sua principal meta nas eleições deste ano é ajudar a eleger seu amigo e parceiro Marcos Rogério. E pelos lados palacianos, como vão as coisas? Há um otimismo bastante acentuado entre os grupos que apoiam a reeleição de Marcos Rocha. A maior dificuldade, é conseguir conciliar todos os interesses de tantas lideranças, entre os que estão ao lado do projeto do segundo mandato do Governador. Os governistas, aliás, tiveram até que desmentir uma Fake News, de que Rocha estaria deixando o União Brasil. Pura fofoca! Enquanto isso, Júnior Gonçalves, o chefe da Casa Civil e secretário geral do UB, tenta costurar todo o pacote de apoiadores, sem causar conflitos. Se conseguir, concorre ao Oscar da intermediação política. Léo Moraes continua fechado com Jaqueline, mas não se sabe se, com o acordo que ela está desenhando com Marcos Rogério, a dupla inicial será mantida.
Por fim, Daniel Pereira entrou no jogo (veja a seguir) e Vinicius Miguel não quer tomar decisão precipitada e não anunciou se concorrerá ao Governo ou à Câmara Federal. Ou seja, a confusão ainda é tão imensa, que não há como dizer que se conhece, nem de perto, tudo o que está acontecendo nos bastidores da política rondoniense.
DANIEL PEREIRA BATE O MARTELO. QUER VOLTAR A SER GOVERNADOR DE RONDÔNIA
Daniel Pereira está no jogo.E não mais como candidato ao Senado, mas sim para tentar voltar à cadeira que ocupou durante sete meses, quando Confúcio Moura, de quem era vice, deixou o comando do Estado para concorrer ao Senado, em 2018. Desde que tomou a decisão, Daniel tem procurado apoios dos partidos à esquerda, como o PSB de Mauro Nazif e o PT de Fátima Cleide. O que se sabe, ao menos segundo informações do final de semana, é que o ex-governador, que agora está na batalha pelo Governo, já teria o aval dos petistas, que inclusive topariam abrir mão de candidatura própria para fechar com Daniel. Já o PSB de Mauro Nazif ainda não faria parte deste pacote. Nazif quer candidatura própria no PSB e, se a tiver, apostaria suas fichas em Vinicius Miguel, que recém ingressou na sigla, abrindo mão do comando regional do Cidadania. Claro que como a decisão de Daniel Pereira é muito recente (foi anunciada apenas na sexta-feira), as conversas recém começaram. Há tempo de sobra para que elas se ampliem, já que as convenções partidárias vão até início de agosto. Os acordos também dependerão das federações nacionais que fará o Solidariedade, partido de Daniel. A verdade é que, com o novo pretendente, aumenta para quatro o total de candidaturas já postas ao Palácio Rio Madeira/CPA. Estão na briga: Marcos Rocha, Marcos Rogério, Léo Moraes e, agora, Daniel Pereira.
Vinicius Miguel ainda pode entrar neste time.
NOMINATA QUE EXPEDITO JÚNIOR AJUDOU A MONTAR PARA O PSD PODERÁ TER CINCO MULHERES
Por falar em Expedito Júnior, tem a assinatura dele a montagem de uma nominata de nomes muito viáveis, na disputa por vagas à Câmara Federal pelo PSD, partido dirigido em Rondônia pelo deputado federal Expedito Netto, filho de Expedito. Uma das particularidades da relação de candidatos que o partido apresentará é que metade dos nomes apresentados é de mulheres. Estão confirmadas no grupo do PSD a ex-prefeita de Vilhena, Rosani Donadon, esposa do ex-deputado Melki Donadon; Dona Dorinha, esposa do ex-prefeito Amaury dos Santos, de Jaru; Juliana Tamires, esposa do prefeito de Cacoal, Adailton Fúria e a ex-vereadora de Porto Velho, Ada Dantas. Entre os homens, já estão confirmados o próprio Expedito Netto; o Coronel Rildo, de Vilhena e o médico Édison Alliote, de Ji-Paraná. O oitavo nome ainda não foi confirmado e há uma possibilidade de que ele seja de uma quinta mulher, nesta nominata forte e diferente, que o partido apresentará ao eleitorado rondoniense. Expedito Júnior é reconhecido por seu talento em negociações políticas, com sua experiência de uma longa carreira na vida pública rondoniense. Em relação à própria candidatura ao Senado, ele afirma que está tudo andando dentro do previsto, mas deixa no ar uma frase enigmática: “neste ano, o mais importante de tudo é eleger Marcos Rogério governador”. Ou seja, a própria busca pelo Senado, para ele, não seria a maior prioridade. Esperemos para ver o que vai acontecer…
QUATRO VÃO À CÂMARA E CINCO À ASSEMBLEIA: GRUPO DOS NOVE DEIXA O GOVERNO PARA DISPUTAR A ELEIÇÃO
Nove membros do primeiro escalão do governo rondoniense foram exonerados a pedido, na última quinta-feira, para que possam concorrer às eleições de outubro. Quatro deles vão tentar uma cadeira à Câmara Federal: Fernando Máximo (da saúde), Elias Rezende (do DER) e Evandro Padovani (da Agricultura), somam-se à adjunta da Seduc, Cristiane Lopes. Outros cinco concorrerão à Assembleia Legislativa. São eles: Jobson Bandeira, da Sejucel; Suamy Vivecananda (Seduc); Aziz Rahal Neto (do Instituto de Pesos e Medidas); Liane Silva (adjunta da Secretaria de Ação Social) e Luciano Brandão (presidente da Emater). Todos os secretários e assessores vão disputar o pleito pelo partido do governador, o União Brasil. Até o final de semana, o governador Marcos Rocha não havia definido, ainda, quem seriam todos substitutos do grupo de oito assessores, que saem dos seus cargos para correr atrás do eleitor. Mas, na Saúde, já assumiu Semaira Moret, que atua desde o início da administração, junto com a equipe de Rocha. Para a Seduc, o nome mais cotado era o da professora Irani Oliveira Lima, uma das mais respeitadas personagens do mundo educacional rondoniense e pessoa de confiança tanto do Governador como do secretário Suamy, que deixa a pasta para concorrer. O posto de secretária adjunta, ao menos até o sábado, não havia sido preenchido. No DER, ao menos até o final de semana, ainda não havia sido designado o novo diretor geral, assim como na Agricultura.
Por: Sérgio Pires