Na manhã desta segunda-feira, 18, a missionária evangélica de 32 anos, moradora da cidade de Cerejeiras, que no último sábado, 16, foi sequestrada e mantida em cárcere privado pelo ex-marido, um pastor de 44 anos relatou os horrores que viveu ao lado do homem, até resolver pedir o divórcio em novembro do ano passado.
A entrevistada contou que, durante 11 anos, suportou a brutalidade do marido, que a submetia a torturas psicológicas e abusava sexualmente dela, em relações não consentidas. Também relatou que era humilhada publicamente, agredida e ameaçada. Quando resolveu registrar o caso na polícia, cinco meses atrás, a missionária chegou a pedir uma medida protetiva, mas foi avisada de que o acusado seria preso.
Diante disso, disse a entrevistada, resolveu não fazer a denúncia, temendo que a igreja pastoreada por ela e o marido, virasse protagonista de um escândalo. Em janeiro, já na casa da mãe, que resolveu retirá-la da convivência com o marido violento, a mulher foi novamente abordada pelo ex-companheiro, que tentou reatar na marra o relacionamento e repetiu as ameaças de morte, inclusive contra os parentes dela.
Temendo pela própria vida, a denunciante finalmente registrou a queixa, mas mesmo com a medida protetiva, o homem continuou se aproximando dela, tentando fazê-la retomar o casamento. A mulher, que chegou a ouvir do acusado que iria ele deformar seu rosto com água quente, não cedeu à pressão psicológica. No sábado, transtornado, o homem que havia sido consagrado pastor há cinco anos, bloqueou no meio da rua a bicicleta na qual a ex-esposa voltava do trabalho, arrebentou a alça de sua bolsa e a levou à força até a casa onde estava morando.
Fonte: Folha do Sul On line