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“Negligência imperdoável”, diz avó: Bebê levado vivo para funerária morre após 15 dias internado em UTI

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Morreu o bebê Augusto que nasceu “de surpresa” em Ariquemes (RO), informou a família da criança nesta terça-feira (11). A mãe, uma jovem de 18 anos, não sabia que estava grávida. A história do bebê gerou grande repercussão, já que momentos após o parto, médicos assinaram uma certidão de óbito atestando que ele nasceu morto.

Após isso, um agente funerário foi chamado até a unidade de saúde para recolher a criança. Cerca de quatro horas depois, quando preparava o corpo para o enterro, o homem percebeu sinais de respiração e batimento cardíaco e levou o bebê até um hospital. Ele foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, onde ficou por aproximadamente 15 dias.

No início da noite de segunda-feira (10), a avó da criança já estava preocupada com o quadro de infecção intestinal que Augusto apresentava, nesta terça veio a confirmação da morte.

“Para mim o que provocou a morte dele foi a negligência médica. A médica não fez os testes novamente enquanto a gente falava que ele estava vivo”, disse a avó de Augusto.

“A noite que ele passou inteira na funerária sozinho, sem atendimento nenhum. Depois quando constatou que ele estava vivo ele foi para UTI, foi intubado e tudo isso gerou complicações. Então eu continuo falando: a negligência é imperdoável”, disse.

Investigações

O Ministério Público de Rondônia (MP-RO) abriu um processo para apurar o caso do Augusto. A situação também é investigada pela Polícia Civil e pela Secretaria Municipal de Saúde de Ariquemes que instaurou procedimento de investigação interno.

No despacho inicial, o MP pediu cópia do boletim de ocorrência que a família registrou na delegacia e informações da Secretaria de Saúde sobre a abertura de procedimento administrativo para apuração dos fatos.

De acordo com o delegado responsável, Leandro Balensiefer, os profissionais de saúde do Hospital Municipal de Ariquemes compareceram de forma espontânea na delegacia para prestar depoimento. O agente funerário que percebeu que a criança estava viva e a avó do bebê também foram ouvidos.

“Está na Justiça, quero Justiça. A médica e o obstetra não quiseram examiná-lo, depois deram ele como morto, depois voltou e deu como vivo. Então minha palavra continua a mesma: foi negligência… Olha o tanto que essa criança lutou”, comentou a avó.

O caso Augusto

O caso aconteceu no último mês, mãe não sabia que estava grávida. Ela procurou atendimento na rede pública de saúde duas vezes sentindo fortes dores, mas foi mandada para casa ainda sem saber da gravidez, segundo relato dos familiares.

As dores começaram a aumentar e ela acabou dando à luz o bebê prematuro em casa, sem ajuda médica. A mãe estava no sétimo mês de gestação e o pequeno nasceu pesando pouco mais de 1 quilo.

Quando chegou ao hospital, os profissionais de saúde acreditaram que a criança prematura tinha nascido morta e enviaram a criança — viva — para os cuidados do agente funerário. Ele percebeu os sinais vitais do bebê e buscou ajuda médica.

G1 RONDÔNIA

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